segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Poetas do Barroco

Podemos dizer que toda produção literária que foi produzida em prosa, é bem mais significativa do que a poesia da mesma época, porém existe uma exceção que é a de Francisco Rodrigues Lobo e Sóro violante do Céu (expressões individualizadas da poesia lírica barroca).

A poesia das Academias Literárias

As academias Literárias que proliferaram tanto em Portugal como no Brasil no século XVII e começo do século XVIII, reuniam os filhos letrados que faziam parte da burguesia que tinha como objetivo se aproximar da aristocracia de sangue. As academias que ficaram mais tempo foram: a dos Singulares (1628-1665) e a dos Generosos (1647-1717), onde ambas em Lisboa, eram ligadas às casas aristocratas e ao ambiente eclesiástico.

Existem muitos poetas anônimos, como: Frei Jerônimo Baía, Antônio Barbosa Bacelar, André Nunes da Silva, Francisco de Vasconcelos e Sóror Violante do Céu.

Esses poetas eram os que mais representavam na poesia academicista da Fênix Renascida e de Pastilhão de Apolo.

Podemos citar como exemplo de poesia acadêmica, o soneto abaixo, que é considerado um jogo de oposições, vejamos:



A uma Ausência 

Sinto-me, sem sentir todo abrasado 
No rigoroso fogo que me alenta; 
O mal que me consome me sustenta, 
O bem que entretém me dá cuidado. 

Ando sem me mover, falo calado, 
O que mais perto vejo se me ausenta, 
E o que estou sem ver mais me atormenta; 
Alegro-me de ver atormentado. 

Choro no mesmo ponto em que me rio, 
No mor risco me anima a confiança, 
Do que menos se espera estou certo. 

Mas, se de confiado desconfio, 
É porque, entre os receios da mudança, 
Ando perdido em mim como em deserto. 


Francisco Rodrigues Lobo - (1580-1622)



Dedicou-se a vários tipos de poesias, como a Lírica, com redondinhos, (Cancioneiro Geral), sonetos e epístolas de influência clássica. Escreveu várias novelas pastoris como: A Primavera, O Pastor Peregrino e o Desenganado. É considerado um continuador de Camões, Sá de Miranda e Bernardim Ribeiro, ou seja, como se estivesse dando continuidade ao trabalho deles.


Soneto – Rodrigues Lobo

Fermoso Tejo meu, quão diferente 
Te vejo e vi, me vês agora e viste: 
Turvo te vejo a ti, tu a mim triste, 
Claro te vi eu já, tu a mim contente. 

A ti foi-te trocando a grossa enchente 
A quem teu largo campo não resiste; 
A mim trocou-me a vista em que consiste 
O meu viver contente ou descontente! 

Já que somos no mal participantes, 
Sejamo-lo no bem. Oh, quem me dera 
Que fôramos em tudo semelhantes! 

Mas lá virá a fresca Primavera: 
Tu tornarás a ser quem eras dantes, 
Eu não sei se serei quem dantes era.




Sóror Violante do Céu (1602-1693)

Era uma mulher com uma sensibilidade especial, que caminhou ao lado de uma das maiores vozes da Literatura feminina de seu tempo Sóror Mariana Alcoforado. Com 28 anos entrou para um convento dominicano de M.S da Rosa produziu a poesia profana, passional e ardente que tinha imagens sutis, que de momento era de difícil compreensão, mas de grande força dramática e lírica.

Soneto 

Amor, se uma mudança imaginada 
É com tanto rigor minha homicida, 
Que fará, se passar de ser temida, 
A ser, como temida, averiguada? 

Se só por ser de mim tão receada, 
Com dura execução me tira a vida, 
Que fará, se chegar a ser sabida? 
Que fará, se passar de suspeitada? 

Porém, já que me mata, sendo incerta, 
Somente o imaginá-la e presumi-la, 
Claro está, pois da vida o fio corta. 

Que me fará depois, quando for certa, 
Ou tornar a viver para senti-la, 
Ou senti-la também depois de morta.
 

terça-feira, 14 de setembro de 2010

ARQUITETURA BARROCA

                        Barroco é o período da arte que vai de 1600 a 1780. A arquitetura barroca destacou-se deixando a pintura e a escultura apenas como complementos, os quais contribuiam para a harmonia do conjunto A arquitetura barroca é caracterizada pela complexidade na construção do espaço e pela busca de efeitos impactantes e teatrais, uma preferência por plantas axiais ou centralizadas, pelo uso de contrastes entre cheios e vazios, entre formas convexas e côncavas, pela exploração de efeitos dramáticos de luz e sombra, e pela integração entre a arquitetura e a pintura, a escultura e as artes decorativas em geral (todos se integravam numa relação de dependência). O exemplo precursor da arquitetura barroca geralmente é apontado na Igreja de Jesus em Roma, cujo projeto foi de Giacomo Vignolae a fachada e a cúpula de Giacomo della Porta. Vignola partiu de modelos clássicos estabelecidos pelo Renascimento, que por sua vez se inspiraram na tradição arquitetônica da Grécia e da Roma antigas. As diferenças introduzidas por ele foram a supressão do transepto, a ênfase na axialidade e o encurtamento da nave, e procurou obter uma acústica interna eficaz. A fachada se tornou um modelo para as gerações futuras de igrejas jesuítas, com pilastras duplas sustentando um frontão no primeiro nível, e um outro frontão, maior, coroando toda a composição. O interior era originalmente despojado, e seu aspecto atual é resultado de decorações no final do século XVII, destacando-se um grande painel pintado no teto com o recurso da arquitetura ilusionística. A arquitetura, monumental, com exuberantes fachadas de mármore e ornatos de gesso, ou as obras de Borromini, caracterizadas pela projeção tridimensional de planos côncavos e convexos, serviram de palco ideal para as pinturas apoteóticas das abóbadas e as dramáticas esculturas de mármore branco que decoravam os interiores. Essas características são definidas pelo barroco ter sido um tipo de expressão de cunho propagandista. As igrejas passaram a ter formas arredondadas dotando o conjunto de um forte dinamismo. Porém, quanto à arquitetura palaciana, o palácio barroco era construído em três pavimentos. Em vez de se concentrarem num só bloco cúbico, como os renascentistas, parecem estender-se sem limites sobre a paisagem, em várias alas, numa repetição interminável de colunas e janelas.

Exemplo de edificação barroca

Vignola e Della Porta: Igreja de Jesus, Roma.
                        Na arquitetura barroca foi importante a observação de proporções geométricas definidas, uma vez que a teoria da arquitetura estava permeada de concepções que a relacionavam com a estrutura do universo. Acreditava-se que o cosmos fosse estruturado por proporções matemáticas, que a Terra e os outros planetas se moviam dentro de molduras concêntricas cristalinas, invisíveis e impalpáveis, mas não obstante reais, que deveriam ser imitadas na construção dos edifícios e no planejamento urbano, refletindo também a ideologia do Estado centralizado. As construções efêmeras se cobriam de alegorias políticas, mitológicas e astrológicas que se fundiam para veicular mensagens polivalentes para uma audiência urbana de extração diversificada.
                        Roma então passou por diversas modificações com o objetivo de adaptar a cidade a um conceito urbano mais moderno, organizado e espaçoso, permitindo uma circulação facilitada numa cidade que ainda mantinha muito de seu perfil medieval, com ruas estreitas e tortuosas e poucos logradouros públicos amplos (volume e simetria vigentes no renascimento são substituídos pelo dinamismo e pela teatralidade causando diferentes efeitos visuais). O projeto previu uma organização radial de avenidas importantes, endireitamento de ruas, ampliação e embelezamento de praças e parques com fontes e monumentos, numa perspectiva monumental, e se revelou tão eficiente que foi mantido pelos seus sucessores, sendo continuamente aprimorado e embelezado ao longo de todo o século XVII. Houve também a reforma de alguns monumentos, como a Basílica de São Pedro, por exemplo (maior monumento barroco). As inovações na planta de Roma se tornaram modelares, e logo passaram a inspirar a reurbanização de várias cidades italianas, se irradiando também para a Alemanha, França e outros países, em interpretações variadas e em vários casos alterando radicalmente o perfil urbano. As obras também davam uma ideia de poder e um novo senso de ordem, manifestos em construções suntuosas e ostentatórias.
                        Foi sob as ordens do papado que começou a tomar forma a obra de numerosos arquitetos e urbanistas. Além das realizações projetadas pelos três grandes nomes da fase de maior florescimento barroco, Borromini, Bernini e Pietro da Cortona, ergueram-se igrejas, vilas e palácios criados por outros arquitetos, como Carlo   Maderno ou Guarino Guarini. Em todas essas construções, criaram-se efeitos de forma e luz, com diferentes combinações de elementos arquitetônicos, para romper com a monotonia e frontalidade das fachadas e acentuar os volumes espaciais.
                        Nações protestantes como a Inglaterra, por exemplo, criaram uma versão mais moderada do estilo, com edifícios de fachadas bem menos carregadas que as italianas.
                        O barroco português, principal fonte da explosão construtiva que ocorreu no Brasil, foi alimentado por dois fatos: a descoberta do ouro brasileiro, em 1681, e o terremoto que destruiu Lisboa, em 1755, tornando imperiosa a reconstrução da cidade. O principal arquiteto ativo em Portugal na época foi o alemão J. F. Ludwig (Ludovice), autor do palácio-mosteiro de Mafra e da biblioteca da Universidade de Coimbra. Outros nomes salientes são os de Mateus Vicente de Oliveira, que projetou o palácio de Queluz; José da Costa e Silva, autor do teatro de São Carlos; e Manuel de Maia, muito envolvido na reconstrução de Lisboa. Outras relevantes interpretações nacionais dos fundamentos barrocos manifestaram-se em países como a Rússia e a Inglaterra, onde Christopher Wren se distinguiu na reconstrução de Londres, após o incêndio de 1666, reerguendo cerca de quarenta igrejas, entre as quais a nova catedral de Saint-Paul (1675-1702).

Arte barroca

A arte barroca desenvolveu-se no século XVII. A arte barroca originou-se na Itália, mas não tardou a espalhar-se por outros países da Europa e a chegar também ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis.
As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista. De modo geral, as características da pintura barroca podem ser resumidas em alguns pontos principais. O primeiro é á disposição dos elementos dos quadros, que sempre forma uma composição em diagonais. Além disso, as cenas representadas evolvem-se em acentuado contraste de claro-escuro, o que intensifica a expressão de sentimentos.
É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco traduz a tentativa angustiante de conciliar forças antagônicas: bem e mal; Deus e Diabo; céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza; paganismo e cristianismo;  espírito e matéria.
Os pintores barrocos italianos, selecionados três, por considera-los os mais expressivos: Tintorreto, Caravaggio e Andrea Pazzo. 
Arte barroca no Brasil
O barroco, no Brasil, foi introduzido no início do século XVII pelos missionários católicos, especialmente jesuítas, que trouxeram o novo estilo como instrumento de doutrinação cristã.O movimento brasileiro, influenciado pelo barroco português, apresentou suas próprias características, pois diferente da realidade portuguesa de luxo e pompa da aristocracia, o Brasil vivia uma realidade de violência, em que se perseguiam os índios e escravizavam os negros. No Brasil, o barroco ganhou impulso entre 1720 e 1750, momento em que várias academias literárias foram fundadas por todo o país.  A obra Prosopopéia de Bento Teixeira, marca o início do barroco no Brasil. As características principais dessa arte se deve ao fato da sua forte marca dual,em virtude do Carpe Diem e sua abscuridade. 
No Brasil se inclui mais uma característica forte, que é a presença de gírias, expressões locais diversas, termos africanos, indígenas e até palavrões. 
Um dos principais representantes do Barroco enquanto poema foi Gregório de Matos, através da literatura Satírica, Lírica Amorosa, Religiosa e Filosófica. Conhecido também como "boca do inferno", em virtude da exposição crítica dos seus pontos em relação aos fortes defeitos da sociedade, e da forma irreverente choca os valores e a falsa moral da sociedade de seu tempo. 


Música Barroca


A música barroca é toda música ocidental correlacionada com a época cultural homônima na Europa, que vai desde o surgimento da óperapor Claudio Monteverdi no século XVII, até à morte de Johann Sebastian Bach, em 1750.
Trata-se de uma das épocas musicais de maior extensão, fecunda, revolucionária e importante da música ocidental, e provavelmente também a mais influente. As características mais importantes são os usos do baixo contínuo, do contraponto e da harmonia tonal, em oposição aos modos gregorianos até então vigente. Na realidade, trata-se do aproveitamento de dois modos: o modo jônico (modo "maior") e o modo eólio (modo "menor").
Do Período Barroco na música surgiu o desenvolvimento tonal, como os tons dissonantes por dentro das escalas diatônicas como fundação para as modulações dentro de uma mesma peça musical; enquanto em períodos anteriores, usava-se um único modo para uma composição inteira causando um fluir incidentalmente consonante e homogêneo da polifonia. Durante a música barroca, os compositores e intérpretes usaram ornamentação musicais mais elaboradas e ao máximo, nunca usada tanto antes ou mais tarde noutros períodos, para elaborar suas idéias; fizeram mudanças indispensáveis na notação musical, e desenvolveram técnicas novas instrumentais, assim como novos instrumentos. A música, no Barroco, expandiu em tamanho, variedade e complexidade de performance instrumental da época, além de também estabelecer inúmeras formas musicais novas, como a ópera. Inúmeros termos e conceitos deste Período ainda são usados até hoje.


Estilos

Compositores barrocos escreveram em diversos gêneros musicais; incluem-se diversos estilos inovadores para a época. A ópera foi inventada na Renascença, mas foi no Barroco que Alessandro Scarlatti, Handel e outros desenvolveram grandes obras. O oratório chegou a grande popularidade com Bach e Handel; ambos a ópera e o oratório usavam forma musical semelhantes, tal como o uso da ária da capo.
Na música litúrgica, a
 Missa e os motetos não foram tão importantes, mas a cantata prosperou principalmente nos trabalhos de Bach e outros compositores protestantes. Música para o organista virtuoso floriu com o uso das tocatas, fugas, e outros trabalhos.
Sonatas instrumentais e suítes para dança foram escritas para instrumentos individuais, para grupos de música de câmara, e pequenas orquestras. O concerto emergiu, tanto na forma para o intérprete solista como para orquestra, assim como o concerto groso qual um grupo pequeno de solistas criam simultaneamente um contraste com um grupo maior que intercalam suas partes com perguntas e respostas do diálogo melódico. A Abertura francesa com o seu típico contraste de seções rápidas e outras lentas, adicionaram grandeza à muitas cortes nas quais eram apresentadas.
As obras para teclado eram algumas vezes escritas para grupos maiores. Novamente, existe um grande número de obras de Bach escrito tanto para os instrumentos solos, como concertos e o mesmo tema se apresentam em arranjos de concerto para orquestra, ou suíte. Grandes trabalhos de Bach que culminaram na música da Idade Barroca incluem: o Cravo bem temperado, as Variações Goldberg, e a Arte da Fuga.

Vocal

§  Ópera
§  Cantata
§  Hino
§  Monodia
§   
§  Bizarra

Instrumental

§  Fuga
§  Suíte
§  Gigue
§  Gavota
§  Minueto
§  Sonata
§  Partita
§  Canzona
§  Tocata
§  Chacona

Compositores

Alemanha

O barroco alemão iniciou-se com Heinrich Schütz (1585-1672), considerado o "pai da música alemã". Johann Hermann Schein (1586-1630),Samuel Scheidt (1587-1654) e Michael Praetorius (1571-1621), contemporâneos de Heinrich Schütz, também são bastante notáveis nessa época.
Na primeira metade do século XVIII, destacaram-se Johann Sebastian Bach, Georg Friedrich Händel e Georg Phillipp Telemann, seguidos por Johann Pachelbel, Johann Jakob Froberger e Georg Muffat.
Diz-se que Johann Sebastian Bach foi o maior compositor do barroco alemão (e um dos mais importantes da história da música), por ter esgotado todas as possibilidades da música barroca. Sua morte é considerada como o ponto final do Período Barroco.

Itália

Na Itália, o nome mais destacado foi Antonio Vivaldi, autor de numerosos concertos, óperas e oratórios. A ele é atribuída a composição da série de concertos As Quatro Estações, provavelmente a mais difundida de todas as peças desse período. Foi o responsável por estabelecer definitivamente a forma do concerto, que continua a ser composta até os dias atuais.
Claudio Monteverdi foi considerado o "pai da ópera". A ele é atribuído o mérito de ter introduzido e popularizado o gênero, que já vinha sendo desenvolvido desde Jacopo Peri, com as obras Dafne e Euridice. Monteverdi também é o autor da ópera mais antiga ainda hoje representada: Japa e Yumi, obra que conta a história do amor proibido de dois seres, antagonizados por joseph henrique, o estrupador de minhocas
Outros compositores do barroco italiano foram Arcangelo Corelli e Domenico Scarlatti – este último, o maior expoente da música para cravo desse período.

França

A tradição musical do barroco francês deu-se principalmente com Jean-Baptiste Lully, que introduziu a ópera francesa, e Jean-Philippe Rameau, que desenvolveu obras para cravo. Outro compositor importante do período foi François Couperin, autor de peças musicais sacras.

Portugal e Brasil

No Brasil, Antônio José da Silva, o Judeu, escreveu notáveis obras posteriormente musicadas por Antonio Teixeira, com quem trabalhou em óperas como "As variedades de Proteu", quando se encontrava em Portugal.
Em Portugal, também Francisco António de Almeida e João Rodrigues Esteves trabalharam no domínio da Ópera e das obras vocais. Carlos Seixas destacou-se no campo da literatura para tecla, com mais de 700 sonatas, inovando também no reportório orquestral, com uma "Abertura em Ré Maior" em estilo francês, uma "Sinfonia em Si bemol Maior" em estilo italiano e um "Concerto para cravo e orquestra em Lá Maior", um dos primeiros exemplares do género na Europa e um contributo original para o desenvolvimento do Barroco.

Principais compositores do período barroco

 
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